Tudo que você precisa saber sobre o apagão na Europa, que causou transtorno em Portugal, Espanha em outros países.
Apagão na Europa: o que aconteceu em Portugal e Espanha?
Na última segunda-feira (28), um apagão em larga escala paralisou serviços essenciais em Portugal, Espanha e partes da França, impactando milhões de pessoas e trazendo consequências diretas para a mobilidade, segurança, saúde, comunicações e, também, para o esporte. A saber, o chamado “apagão na Europa” se tornou um dos assuntos mais comentados do continente e reacendeu preocupações sobre a vulnerabilidade das redes elétricas nacionais e interconectadas.
As operadoras de energia elétrica, Red Eléctrica (Espanha) e REN (Portugal), ainda investigam as causas da falha, mas descartam, até o momento, um ciberataque ou fenômenos atmosféricos como origem. A princípio, a vice-presidente da Comissão Europeia, Teresa Ribera, e o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, afirmaram que as evidências apontam para uma falha técnica na interligação entre os sistemas elétricos ibéricos.
O impacto direto no esporte: ATP de Madri e Liga Portugal afetados
A saber, entre os setores afetados, o esportivo também sofreu com o apagão na Europa. A cidade de Madri, epicentro do ATP Madrid Open, viveu um dos momentos mais críticos do torneio na temporada. A queda de energia paralisou as atividades no complexo esportivo Caja Mágica, obrigando a organização a interromper jogos importantes.
Nesse sentido, partida entre o búlgaro Grigor Dimitrov e o britânico Jacob Fearnley, pelas oitavas de final, teve que ser interrompida quando Dimitrov liderava o placar por 6-4 e 5-4. O sistema de iluminação apagou, os placares deixaram de funcionar e até as câmeras aéreas foram desativadas. O torneio retomou apenas na manhã desta terça-feira (29), após a estabilidade parcial da rede elétrica na capital espanhola.
Em Portugal, por outro lado, o jogo entre Casa Pia e Estoril, válido pela 31ª rodada da Liga Portugal, também sofreu com os reflexos do apagão. A partida, que aconteceria no Estádio Municipal de Rio Maior às 16h15 (horário de Brasília), mudou de data. A Liga Portuguesa de Futebol confirmou, em nota oficial, que todos os jogos programados para segunda-feira pelas divisões principais do país sofreram adiamento para datas ainda indefinidas.
Trânsito, aeroportos e transportes públicos: caos generalizado
Além disso, as cidades de Lisboa, Madri e Barcelona viveram horas de incerteza. Com semáforos desligados, as autoridades locais reforçaram o policiamento nas ruas para controlar o fluxo de veículos. Em Lisboa, muitos cruzamentos importantes ficaram sob responsabilidade direta de agentes municipais.
Nos aeroportos, o apagão causou atrasos e cancelamentos de centenas de voos. Em Lisboa, a ANA (Aeroportos de Portugal) ativou geradores de emergência, mas o acesso aos terminais foi limitado apenas a passageiros com voos confirmados, o que gerou longas filas e aglomerações. Muitos turistas, inclusive, passaram a noite no aeroporto, recebendo alimentos e água distribuídos pela gestão do terminal.
Vida cotidiana em colapso: água, combustível, saúde e escolas
Além do impacto esportivo e nos transportes, a crise energética comprometeu setores básicos. Hospitais, postos de saúde e farmácias operaram apenas com geradores. O Instituto Nacional de Emergência Médica pediu que a população só ligasse para os serviços de emergência em caso extremo. Postos de gasolina ficaram fechados ou racionaram o abastecimento, enquanto supermercados limitaram o acesso de clientes e esgotaram seus estoques de alimentos não perecíveis, como enlatados e água mineral.
As escolas suspenderam aulas em diversos níveis, com orientações específicas para manter alunos seguros até a chegada dos responsáveis. Universidades também cancelaram atividades acadêmicas.
Internet e telecomunicações: rede sobrecarregada
Por fim, as operadoras Meo, Vodafone e NOS registraram instabilidade em boa parte do território português, limitando os serviços de internet e telefonia móvel. A recomendação, nesse sentido, era para que os usuários poupassem o uso de dados móveis e priorizassem comunicações essenciais.
A resposta política e institucional
O governo português, por outro lado, criou um grupo de acompanhamento da crise e reuniu o Conselho de Ministros em caráter de urgência. A Comissão Europeia garantiu apoio a Portugal e Espanha para acelerar a normalização do sistema. Políticos e líderes de estado, como Ursula von der Leyen e António Costa, reafirmaram o compromisso de reforçar a infraestrutura energética da Península Ibérica.
A hipótese de ciberataque foi descartada, embora o caso siga em apuração. O Centro Nacional de Cibersegurança não identificou indícios concretos dessa possibilidade até agora.
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